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Famílias venezuelanas conquistam autonomia socioeconômica com o apoio do projeto Acolhidos Por Meio Do Trabalho

Os processos de interiorização acontecem no âmbito da Operação Acolhida, reposta humanitária para o fluxo migratório coordenada pelo Governo Federal

Cheios de esperanças, refugiados e migrantes venezuelanos apoiados pelo projeto Acolhidos Por Meio Do Trabalho buscam um novo começo de vida em Santa Catarina–SC. Por meio da estratégia de interiorização (deslocamento voluntário) do Governo Federal, a AVSI Brasil apoia e promove ações de qualificação profissionalizante para incentivar a inserção laboral no país. Assim, o destino final é apenas o ponto de partida para uma jornada de autonomia, integração social e financeira das famílias venezuelanas no Brasil.

Conhecemos a história de vida de Dixon Beria e Aura Cordero, junto do filho Kevin, que vieram ao país buscando uma melhoria de vida e estabilidade para o filho, em Chapecó–SC. O casal foi uma das 13 famílias apoiadas pela interiorização por Vaga de Emprego Sinalizada (VES) e conta detalhes desse percurso, além das esperanças e desejos para a vida no futuro — a partir de uma oportunidade de trabalho formal.

“Com o apoio da Operação Acolhida, passamos por Pacaraima para ter a documentação regularizada e seguimos até Boa Vista, onde fomos acolhidos em um dos abrigos gerenciados pela AVSI. Lá foi onde ouvimos falar sobre a interiorização que o projeto Acolhidos apoia e nos interessou muito essa oportunidade. Recebemos o apoio para orientações sobre esse processo e também de cursos que eram ofertados”, comente Dixon.

A fim de promover uma integração e aumentar as oportunidades de emprego formal para refugiados e migrantes venezuelanos no Brasil, foi construído um Centro de Capacitação e Educação (CCE) para promover a qualificação profissional e educacional de migrantes, em Boa Vista. O espaço possui cogestão entre a AVSI Brasil e a Força Tarefa Logística Humanitária, da Operação Acolhida.

Segundo o casal, o CCE foi um dos principais pontos de apoio para a vaga de emprego que hoje possuem. “Tivemos a oportunidade de fazer cursos de operador de caixa e outro de indústria frigorífica para nos qualificar aqui no Brasil. A gente ficou muito contente de ter esse tipo de conhecimento, porque comentavam sobre a importância deles para o mercado de trabalho. Para nós, foi algo muito positivo”, reforça Dixon.

Ainda em Boa Vista, as famílias apoiadas pelo projeto Acolhidos e em processo de interiorização participaram de sessões informativas, a fim de conhecerem o ramo de trabalho da empresa que está realizando a contratação, as atividades diárias a serem desempenhadas no trabalho, o contexto cultural da região, informações úteis para acesso a serviços no município de destino e reforçado orientações sobre leis trabalhistas, com direitos e deveres do trabalhador.

Atualmente, em Santa Catarina–SC, o casal está empregado em uma empresa do ramo de indústria alimentar e frigorífica. Com esta oportunidade, Aura já reflete sobre os sonhos que busca realizar no Brasil e o que deseja para o filho no país.

“Queremos seguir adiante, reunir um dinheiro suficiente para poder investir em um negócio próprio. Isso é algo que eu desejo aqui. Ter as nossas coisas, cuidar da nossa casa e que nosso filho possa ter boas oportunidades a partir dos estudos aqui”, confessa Aura.

Pessoas migrantes e refugiadas venezuelanas apoiadas pelo projeto Acolhidos recebem o suporte por até meses de moradia, além de serviços de assistência social nos municípios de destino, para facilitar a adaptação dos venezuelanos junto à comunidade local, o diálogo com a empresa e a permanência do contratado no novo ambiente de trabalho.

O projeto Acolhidos é uma iniciativa da aliança entre a Fundação AVSI e a AVSI USA, implementado pela AVSI Brasil em parceria com o Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), com recursos do Departamento de População, Refugiados e Migração (PRM) do governo dos Estados Unidos.