Os abrigos Rondon 1, Rondon 2 e Rondon 4, localizados em Boa Vista (RR), estão em processo de unificação. O novo abrigo terá a capacidade de receber até 2.700 pessoas, tornando-se o maior abrigo da América Latina. Diante dessa reestruturação, a AVSI, com apoio do ACNUR, convidou as comunidades dos três abrigos a participarem de mesas de trabalho.
A mesa abordou três eixos temáticos: gênero, proteção à criança e convivência comunitária e teve como intuito convidar os beneficiários a pensar soluções para os problemas que as impactam, identificando desafios e criando iniciativas de proteção de base comunitária para dirimir vulnerabilidades e inseguranças nos abrigos.
No encontro também foram identificados desafios e estratégias de iniciativas para proteção de base comunitária, visando a diminuir vulnerabilidades e inseguranças nos abrigos. Durante a iniciativa foram coletadas informações sobre os riscos de proteção relativos ao processo de reestruturação dos abrigos; o fomento às capacidades da comunidade e às soluções propostas e o processo de comunicação transparente e prestação de contas às pessoas afetadas.
“As comunidades dos três abrigos se engajaram muito em todas as etapas do processo de consulta, participando ativamente das discussões das mesas temáticas, apresentando seus anseios em relação às mudanças e desafios advindos da unificação dos abrigos e pensando conjuntamente possíveis soluções comunitárias. Foi ótimo ver o desenvolvimento das atividades e seus desdobramentos.”, pontuou a oficial sênior de proteção de base comunitária, Ana Catharina
Após a conclusão das mesas de trabalho, os representantes realizaram assembleias comunitárias de devolutiva em seus abrigos, com intuito de coletivizar os pontos abordados e as iniciativas formuladas. “Esses momentos são muito importantes para a construção de um senso comunitário, que enseja maior organização da comunidade. Isso tem impactos sobre o próprio cotidiano do abrigo, que se torna um ambiente mais seguro, acolhedor e estimado pela comunidade”, disse a oficial.
Entre os pontos abordados, foram traçados planos de ação para a construção de grupos de apoio para mulheres vítimas de violência baseada em gênero, encontros educativos sobre parentalidade, a construção de uma creche parental rotativa, atividades de Recreação, oficinas ministradas pelas próprias pessoas da comunidade, dentre outras.