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AVSI certifica 186 jovens e firma contrato com a SEDES

Os professores procuravam nos formar profissionalmente, mas também formar o nosso humano”, João Aleixo, ex-aluno de Helpdesk

Na manhã desta segunda-feira (11), em Salvador, 186 jovens que compõem a segunda turma do Semente de Ciência receberam a certificação pelos cursos de Edição de vídeo (44 alunos), Desenvolvimento de software (41 alunos) e Help Desk (101 alunos). O projeto executado pela AVSI Nordeste é resultado de uma cooperação bilateral entre o governo do estado da Bahia, através da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes) e o governo da Itália, com a participação da Fundação AVSI e da OAFItália.

Jovem recebe do cônsul italiano o certificado de conclusão do curso

A cerimônia de certificação contou com a presença de aproximadamente 400 pessoas, entre elas alunos, familiares, professores e autoridades ligadas à iniciativa, como o diretor geral da Fundação AVSI, Alberto Piatti, o diretor da AVSI no Brasil, Fabrizio Pellicelli, a assessora do Programa de Cooperação da Delegação da União Europeia no Brasil, Denise Verdade, o cônsul da Itália, Ângelo Maria Biccire, a secretária de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, Maria Moraes Mota, a representante da Secretaria para Assuntos Internacionais e da Agenda Bahia (Serinter), Kaura Damasceno, e o coordenador do Programa Jovens Baianos, Jabes Soares.

Além de certificar os jovens do Semente de Ciência, o encontro teve o objetivo de firmar o contrato de cooperação para o desenvolvimento do Projeto Semeando Ciência no Pacto pela Vida, uma parceria entre a AVSI Brasil e o governo do estado da Bahia que tem como finalidade colaborar com a formação de jovens de comunidades próximas a bases comunitárias de segurança em bairros de Salvador.

Ao parabenizar os jovens do Semente de Ciência, a secretária estadual Maria Moraes Mota afirmou que “o homem é o objeto de toda política” e que o novo projeto pode contribuir para transformar os jovens em protagonistas da história de sua comunidade, considerando que os textos e produtos audiovisuais produzidos irão refletir a realidade de seu bairro.

Para a representante da União Europeia, “através da qualificação profissional e da melhoria da capacidade de geração de renda, podemos melhorar a situação dos jovens e inseri-los no mercado de trabalho”, afirmou Denise Verdade.

Manuela Oliveira e Rubem Vitor Pereira: oradores da turma

O diretor geral da Fundação AVSI lembrou que além da formação profissional existe outra semente a ser cultivada. “O ser humano é feito por um ideal, por algo que valha a pena viver. Sem isso, todas as tecnologias profissionais, o que expressam? Vocês precisam expressar vocês mesmos. Nós trabalhamos diariamente para fazer vocês compreenderem isso: que há outra semente, a semente de uma vida completa e digna”, afirmou Piatti.

No discurso dos oradores da turma, Manuela Oliveira e Rubem Vitor Pereira, ficou claro o agradecimento dos alunos pelo conhecimento adquirido e pela proposta do projeto. “Não ficamos juntos esses meses simplesmente por causa de uma bolsa-auxílio, ficamos juntos por algo a mais. Nós entramos de um jeito e, com certeza, saímos de outro”, afirmou Rubem. Para Manuela, “esse projeto modificou vidas. Trouxe um grande amadurecimento de pensamentos, posturas, atitudes, perspectivas. O Semente de Ciência nos deu um sentido a mais para viver, nos fez pensar ainda mais nos nossos objetivos”.

A experiência vivida no projeto 

Rebeca Cerqueira (Desenvolvimento de Software), Andresa Caetano (Edição de vídeo) e João Aleixo (Help Desk): alunos do Semente de Ciência

O estímulo para que Andresa Caetano (18 anos) começasse o curso partiu de uma amiga, que a mostrava, no dia a dia, seu aprendizado. Aluna de Edição de Vídeo, a jovem lembra que, com o início das aulas, teve “uma experiência que nem esperava”. “Os professores sempre apoiavam a gente. Era um estímulo pra ir além do que a gente é. Um professor me disse que eu tenho um dom, que posso avançar, posso me desenvolver mais. Quero fazer faculdade de cinema”, planeja.

A jovem Rebeca Cerqueira (18 anos), habilitada em Desenvolvimento de Software, destaca sua afeição pela disciplina de formação humana. “Mudou muita coisa em mim. Mudou a minha forma de ver as pessoas. Me ajudou a olhar o outro”, afirma.

Para João Aleixo Lima Neto (21), aluno de Help Desk, o cuidado da equipe de professores se manifestava de forma concreta e contribuiu para que ele continuasse no curso. “Os professores tinham com a gente um olhar de seres humanos. Eles procuravam nos formar profissionalmente, mas também formar o nosso humano. Quando eu tinha alguma dificuldade que não era da disciplina, a gente sentada, conversava, pontuava. Eu pensava que não existiam pessoas assim”, comenta.

Experiências formativas no Brasil

De acordo com Giovana Luczinski, psicóloga que atuou na área de orientação profissional no Brasil, a Fundação AVSI e a rede de Centros de Formação, de 2009 a 2012, contribuiu com a formação de aproximadamente 5 mil jovens (com idade igual ou superior a 15 anos) em diversos âmbitos profissionais.

Além do Semente de Ciência, desenvolvido em Salvador, algumas iniciativas realizadas diretamente pela AVSI são “Centro de Formação ao Trabalho!” (Rio de Janeiro), “Comunidade Viva” (Olinda) e “Árvore da Vida” (Belo Horizonte).