Colaboradores são recepcionados por recuperandos, que mostraram estrutura e atividades realizadas em unidade prisional diferenciada
“Seria maravilhoso ter esse sistema carcerário no meu país”, comentou Oswaldo Azaña, da AVSI Peru, durante a visita à unidade prisional APAC de Santa Luzia (MG), realizada na última quinta-feira, 10, junto com seus colegas da AVSI Peru Daniela Sala, Maria Luisa Castañeda e Vanesa Cáceres, além de Silvia Mandelli, da AVSI Itália.
Os visitantes, que em sua maioria não conheciam o método APAC de forma aplicada, tiveram a oportunidade de ver de perto o regime fechado e o semiaberto da instituição. O grupo foi orientado por receptivos recuperandos, que explicaram detalhadamente as regras, atividades, direitos e deveres e mostraram orgulhosos o espaço físico em que vivem. Todos fizeram muitas perguntas e se mostraram interessados no tema.
A AVSI Brasil atua diretamente com projetos de apoio e desenvolvimento de APACs e, com isso, os recuperandos se mostraram disponíveis e contentes com a visita.
No final, os recuperandos prestaram uma homenagem através de uma oração e de um discurso de agradecimento. “Foi um prazer imenso recebê-los. É sempre bom receber visitas de pessoas que acreditam na gente e em nossa recuperação e nos trazem amor e carinho”, afirmou um deles.
Os visitantes também tiveram a oportunidade de expor suas emoções e impressões sobre o local e o método. “Estou muito emocionada. Essa visita foi muito gratificante”, comentou Silvia Mandelli. Seu colega da AVSI Peru teve uma experiência semelhante: “Foi surpreendente e emocionante. Eu nunca vi algo parecido. Eu deveria organizar minha casa da mesma forma que os recuperandos. Eles são um exemplo“, afirmou Oswaldo Azaña.
Método inovador
As APACs são centros de reclusão sem a presença de armas e policiais, propondo uma metodologia inovadora, pioneira no estado de Minas Gerais. O diferencial é que os condenados são co-responsáveis pela própria recuperação e têm assistência educacional, espiritual, médica, psicológica e jurídica.
Devido ao processo de recuperação, os reclusos são chamados de “recuperandos”, evidenciando o respeito ao próximo. O método é considerado eficaz pelo baixo índice de reincidência criminal, conquistado por meio do fortalecimento da dignidade da pessoa e respeito aos direitos humanos. Além disso, o custo de manutenção dos condenados em APACs é menor, considerando o sistema tradicional. No Brasil, apesar dos índices animadores do método, a quantidade de reclusos em APACs não chega a 1% da população carcerária do país.