Após nove meses de muita dedicação e empenho, a campanha Alimentando a Esperança foi oficialmente encerrada. Durante a sua realização, 126 pessoas privadas de liberdade se empenharam para que mais de 67.500 refeições fossem produzidas e distribuídas nos estados de Minas Gerais, Maranhão e Paraná. Treze APACs se comprometeram com a produção e distribuição de refeições para comunidades vulneráveis com a finalidade de mitigar os impactos da Covid-19 na alimentação dos brasileiros.
A APAC de Manhuaçu, localizada em Minas Gerias, teve a produção mais expressiva durante a realização da campanha. De acordo com o supervisor de Oficinas desta APAC, Tadeu Silva, o feito ressalta a constante busca por melhoria na vida dos recuperandos. “Participar dessa ação solidária fez muita diferença, gerando um espírito de união e deixando latente a necessidade dos recuperandos e da equipe de exercerem a solidariedade. Houve uma preocupação constante no aperfeiçoamento do trabalho na cozinha, bem como a empatia, sempre se colocando no lugar de quem iria receber a refeição”, disse.
Outra APAC envolvida na ação foi a feminina de São João del Rei. Segundo o encarregado administrativo do local, Matias José Landim, “a participação social proposta pela campanha permitiu que a APAC fosse vista com outros olhos pela sociedade, e a ação conseguiu fazer com que nossas atividades extrapolassem os muros institucionais e criassem pontes sociais com a comunidade na qual estamos inseridos”, ressaltou.
Ao final dessa Campanha, o sentimento de dever cumprido foi unânime entre todos os que participaram da iniciativa. A meta superada é apenas um reflexo do empenho de recuperandos, voluntários e funcionários das APACs que se uniram por um bem comum: a luta por uma comunidade sem fome, mais justa e igualitária.
Para a Coordenadora Regional de Direitos Humanos da AVSI Brasil, Juliana Leal, a campanha cumpriu com um duplo objetivo. “Por um lado, apoiar comunidades vulneráveis na garantia de acesso à alimentação adequada, direito garantido pelo Art. 25 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, das Nações Unidas. Por outro lado, ampliar a visibilidade do trabalho que as APACs realizam no cumprimento de pena humanizado, mostrando que, sim, é possível, que das mãos que outrora praticaram atos ilícitos, saiam agora ações que efetivam a garantia de direitos fundamentais e geram ações de solidariedade.”
O projeto é realizado em parceria com a AVSI Brasil, FBAC, TJMG, com recursos da União Europeia.