Notícia atualizada 26/10/2018
Fotos: AVSI Brasil / Samili Cintra
Em uma nova modalidade de interiorização, 30 venezuelanas e venezuelanos foram levados nesta quinta-feira (25) de Boa Vista (RR) para Salvador (BA). Os solicitantes de refúgio e residência temporária chegaram ao Estado com vagas de trabalho ou empregabilidade já sinalizada.
A viagem foi feita em uma aeronave C-99 da Força Aérea Brasileira (FAB), com decolagem às 8h (hora local) no aeroporto de Boa Vista. Os preparativos para a viagem começaram por volta das 5h no abrigo Rondon 2.
A aeronave pousou na Base Aérea de Salvador às 14h45. Cinco pessoas se instalam na capital baiana. Outras 25 – entre adultos e crianças – seguiram de ônibus para Alagoinhas (BA), a cerca de 120 km de Salvador.
Esta fase da interiorização foi construída em parceria entre a AVSI Brasil, o Governo Federal e a Organização das Nações Unidas (ONU). A AVSI Brasil fez contato prévio com empresas para garantir empregos para os venezuelanos com mão de obra especializada, além de contribuir com toda a infraestrutura necessária para a acolhida, como locação de apartamentos mobiliados, alimentos e produtos de higiene pessoal. Este é o primeiro grupo que parte dos abrigos gerenciados pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) em parceria com a AVSI Brasil, em Boa Vista, na modalidade de interiorização para trabalho.
Reunificação familiar em SC
Além do grupo que veio para a Bahia, outros 14 venezuelanos e venezuelanas seguiram para as cidades de Florianópolis (SC) e Chapecó (SC) em voos comerciais, custeados pela Organização Internacional para as Migrações (OIM). Nesta modalidade, os imigrantes não são levados para abrigos, mas para casas de familiares que já se estabeleceram nos destinos.
Com as viagens desta quinta-feira (25), passa de 2,8 mil o número de pessoas que já participaram da interiorização. A iniciativa foi criada para ajudar os venezuelanos que estão em Roraima a buscarem melhores oportunidades no Brasil.
Sobre a interiorização
A interiorização tem caráter voluntário, ou seja, todos aceitam participar. Os detalhes sobre a cidade de destino são explicados com antecedência. Os participantes assinam termo de voluntariedade junto à OIM.
Inicialmente, o governo e a ONU articulam com municípios e entidades da sociedade civil interessados em acolher homens, mulheres e crianças venezuelanas. Com a disponibilidade de vagas, as pessoas que querem participar do processo são selecionadas, passam por exame de saúde, regularizam documentação – inclusive com CPF e Carteira de Trabalho -, são imunizadas, abrigadas na cidade de destino e acompanhadas no abrigo.
Com base no registro de venezuelanas e venezuelanos abrigados em Roraima, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) estabelece o perfil desta população e identifica as pessoas interessadas em participar da estratégia. O ACNUR também financia melhoras na infraestrutura dos abrigos e cobre outros custos operacionais. A OIM e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) atuam na informação prévia ao embarque, garantindo que as pessoas possam tomar decisões informadas sobre a mudança para outras partes do país.