Elas conheceram a mostra “Formas do Moderno”, Coleção da Fundação Edson Queiroz, em Belo Horizonte
“A sensação foi de igualdade e liberdade”, comentou uma das presidiárias do Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, em Belo Horizonte (MG), sobre a visita realizada no dia 8 de março.
Era uma tarde ensolarada na capital mineira, quando sete reclusas do regime semiaberto vivenciaram um Dia da Mulher especial. A Casa Fiat de Cultura abriu suas portas para lhes recepcionar e ensinar sobre artistas modernistas, suas obras de arte e seus impactos para a sociedade brasileira. A visita foi realizada através da iniciativa e articulação do Instituto Minas pela Paz no âmbito do projeto Novos Horizontes, Novas Oportunidades, realizado em parceria com a AVSI Brasil e com o Centro de Educação para o Trabalho Virgílio Resi (CEDUC).
A mostra proporcionou uma viagem pelo Modernismo Brasileiro, contando com obras de artistas como Cândido Portinari, Di Cavalcanti, José Pancetti, Guignard, entre outros. As mulheres, que nunca tinham visitado uma exposição de arte, tiveram a oportunidade de conhecer o Movimento Modernista, sua importância para a literatura, arte, arquitetura e para a construção das cidades brasileiras. Elas se mostraram participativas e atentas às explicações, e seus olhares explicitavam a satisfação. “Quando eu estiver livre, quero trazer meus filhos aqui. Quero que eles tenham a mesma oportunidade que eu estou tendo, é maravilhoso”, comentou uma das participantes.
“Estes momentos contribuem na formação sociocultural do ser humano e, consequentemente, em seu processo de ressocialização”, afirmou Déborah Amaral, gerente de projetos da AVSI Brasil.
O incentivo à cultura é um dos princípios fundamentais para o desenvolvimento da cidadania e dos direitos humanos. Segundo Lívia Dias Soares, técnica do Instituto Minas Pela Paz, “as atividades culturais são essenciais para a formação humana. Oportunizar para algumas alunas do projeto a participação na exposição Formas do Moderno, em uma data que marca a luta das mulheres por igualdade e respeito, foi muito importante para motivá-las na construção das suas novas histórias”.
O projeto Novos Horizontes, Novas Oportunidades iniciou em agosto de 2015 e já certificou 53 mulheres através de cursos de empreendedorismo realizado no presídio, que visam promover a inclusão social e a redução da reincidência criminal de internas do regime semiaberto, através da preparação para o mercado de trabalho e de cursos de formação humana.