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No Dia Internacional do Jovem Trabalhador, aprendizes destacam importância de uma oportunidade no mercado de trabalho

Para eles, a experiência desenvolvida no emprego reflete também no âmbito pessoal

Hoje, 24 de abril, é comemorado o dia Internacional do Jovem Trabalhador. A data foi instituída para gerar conscientização sobre a importância da oferta de trabalho seguro, qualificado e agregador para a juventude. Com mentalidade diversa, um jeito proativo e inovador, os jovens têm se inserido no mercado de trabalho cada vez mais cedo e demonstrado aos empregadores que mesmo sem experiência, são capazes de contribuir com a empresa.

Em pesquisa realizada pela empresa argentina de pesquisa em tendências Trendsity e pelo McDonald’s, ficou constatado um índice crescente de jovens que não estão inseridos no mercado de trabalho. A pesquisa revela que conseguir o primeiro emprego para 77% dos jovens brasileiros sem experiência é difícil, tornando-se um empecilho para inserção no mercado de trabalho. Neste sentido, a maior barreira encontrada é a “experiência”, solicitada por muitas empresas em suas seleções.

Tatiele Santos é uma das poucas jovens que não faz parte desse índice. Ela conseguiu uma oportunidade em uma empresa e logo foi inserida no programa de aprendizagem, para conhecer sobre a área em que iria atuar. “Eu trabalho na área administrativa. Quando eu entrei na função eu nem sabia ligar o computador, hoje já tenho experiência em várias demandas da área. No curso eu aprendi como profissional e como pessoa também. Tem sido uma experiência incrível”, conta ela.

Sulamita Salvador também é outra jovem que teve a oportunidade de adquirir conhecimentos para o mercado de trabalho através do Programa de Aprendizagem. “Eu cresci como profissional e como pessoa durante todo esse processo. Poucas empresas fazem esse treinamento com a sua mão de obra jovem e ele é fundamental. Hoje eu exerço uma função de intermediação com o mercado, que eu acreditava que não ia conseguir, mas com o apoio do curso de aprendizagem eu estou dando conta”, pontua a jovem.

Tatiele e Sulamita fazem parte do Programa de Aprendizagem da AVSI Brasil, realizado no Centro de Formação e Orientação a Família (COF), localizado na região do Subúrbio Ferroviário de Salvador. Seu papel como entidade formadora movimenta-se pela gestão educacional do aprendiz à aplicabilidade do curso teórico. A AVSI Brasil também faz a intermediação das contratações e supervisiona o desenvolvimento dos jovens junto à empresa contratante.

Para Débora Oliveira, gestora do Programa de Aprendizagem, a iniciativa é uma oportunidade de construção de um percurso de vida diferente. “Os jovens passam a ter contato com possibilidades e realidades que ampliam o horizonte que viram até então. É muito significativo quando as instituições não percebem esse jovem apenas como uma cota a cumprir, mas, entende a responsabilidade social envolvida. O jovem precisa ser visto como um potencial em construção em seu processo de aprendizagem”, destaca ela.

E, quando isso ocorre, o desenvolvimento efetivo do aprendiz não acontece só de forma profissional, como pessoal também. “Eu sou fruto da aprendizagem, o que descrevi foi exatamente o que me foi oportunizado em meu processo de formação. Aqui desenvolvemos pessoas. Deste modo, realizamos o acompanhamento individual e especializado ao jovem e à empresa. Além de exercemos o método de empresa simulada, através de um ensino que oportuniza conhecer a rotina de diversos setores de uma empresa”, acrescenta.

De acordo com o Marcelo Silva, encarregado pessoal na empresa contratante CBV Construtora, esses aprendizados são fundamentais para a contratação do jovem “A parceria da CBV Construtora com a AVSI começou em 2013 com a formação da 1ª turma de jovem aprendiz que contratamos e de lá para cá seguimos juntos. Cada novo contrato, cada nova turma, vemos a chance de poder contribuir na vida de cada jovem. Seja no lado financeiro, como no profissional, com conhecimento e humanidade”, ressalta.

Lançado em 2011, o programa já inseriu aproximadamente 400 jovens, entre 14 e 24 anos, no mercado de trabalho. Durante o programa, os alunos contam com formação teórica, no formato presencial. Depois de 16 meses entre atividades práticas e teóricas, recebem o certificado de conclusão e, daí em diante, estão aptos para disputar novas vagas no mercado, já com uma experiência comprovada.

O Programa de Aprendizagem realizado no Centro de Formação e Orientação a Família (COF) está inserido no projeto Acolhidos por meio do trabalho, que atua na inserção de brasileiros em situação de vulnerabilidade no mercado de trabalho, entre outras ações. O projeto conta com o financiamento do governo dos Estados Unidos (PRM).

A Lei de Aprendizagem

De acordo com a Lei da Aprendizagem (lei 10.097/2000) os estabelecimentos de qualquer natureza, que tenham pelo menos sete empregados formais, devem contratar aprendizes, de acordo com o percentual exigido por lei. Assim, a cota de aprendizes por empresa está fixada entre 5%, no mínimo, e 15%, no máximo, calculada sobre o total de colaboradores formais.

Uma das vantagens para as empresas que aderem ao programa, é com relação aos incentivos fiscais por parte dos órgãos públicos. Por exemplo, elas pagam apenas 2% de FGTS, estão dispensadas do aviso prévio remunerado e não são obrigadas a pagarem multa rescisória nesse caso.