Em formato de roda de conversa, o primeiro grupo da Oficina Vivas y Unicas reuniu 13 mulheres venezuelanas no Centro de Capacitação e Educação (CCE). O espaço é gerido pela Operação Acolhida, a resposta humanitária do Governo Federal ao fluxo de venezuelanos no Brasil, com participação da AVSI Brasil.
As atividades promovem a inclusão social e o protagonismo de mulheres participantes no processo de interiorização, apoiada pelo projeto Acolhidos Por Meio do Trabalho, que busca a integração socioeconômica de refugiados e migrantes venezuelanos no Brasil. Com o processo de interiorização de grupos familiares, o projeto Acolhidos dedica uma atenção especial a mulheres que compõem esses núcleos.
Ao longo de dois dias de atividades, a oficina tratou sobre o acesso à informação adequada para a garantia de direitos no país, orientando sobre canais de denúncia contra a violação de direito, leis de amparo, rede de apoio social, acolhimento e representatividade feminina.
“Esta atividade apoia no encorajamento da participação feminina ativamente na vida econômica, política, social e cultural do país promovendo a igualdade de oportunidades. A ideia central é que todos os grupos de mulheres sejam contempladas por estas atividades e, desta forma, construir uma rede de apoio entre elas, incentivando a integração no destino e o início de uma nova vida onde ela, de fato, pode ser protagonista da própria história”, destaca a assistente operacional do projeto Acolhidos em RR, Nathalia Gil.
O desenvolvimento da atividade conta com a atuação de parceiros, que trabalham com os temas de interesse da oficina, de acordo com os perfis de mulheres participantes daquele grupo. Para esse primeiro encontro, o Vivas y Unicas contou com colaboradores da equipe de Assistência e Promoção Social Exército de Salvação (APROSES), que palestrou sobre direitos trabalhistas. A proposta busca integrar assuntos diversos para promover a autonomia financeira de mulheres.
“Foi encorajado as mulheres a compartilharem essas informações, atuando como multiplicadoras, para promover de forma mais assertiva não apenas a conscientização, mas também a mudança de atitudes e comportamentos. Enfatizei a importância da prevenção e proteção, porque nesse breve momento juntas tenho objetivo de transformar as mulheres em agentes ativas na defesa de seus próprios direitos e segurança”, reforça a advogada da filial projeto Pontes, do Exército da Salvação, Lorena Meireles.
Para a venezuelana Maria Cordero, de 54 anos, as informações oferecidas foram fundamentais para inspirá-la a seguir seu sonho no Brasil. “Aqui temos a oportunidade de fazer vários cursos e agradeço pelo tratamento que a equipe tem conosco. Tenho um sonho a realizar aqui no Brasil, que é o de construir um novo projeto de vida, me tornar empreendedora e conseguir minhas vendas e autonomia. O impacto que o projeto Acolhidos tem em minha vida é que vejo nele um projeto de esperança, onde podemos dar todos os passos para uma nova vida”, conta ela, emocionada.
O projeto Acolhidos é uma iniciativa da aliança entre a Fundação AVSI e a AVSI USA, implementado pela AVSI Brasil em parceria com o Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), com recursos do Departamento de População, Refugiados e Migração (PRM) do governo dos Estados Unidos.