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Projeto Hilos Migrantes envolve mulheres refugiadas na produção de fraldas ecológicas

Iniciativa inclui formação em empreendedorismo e é desenvolvida apoio do Escritorio da Delegação Regional para Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Urugai do Comitê Internacional da Cruz Vermelha em Boa Vista

“Parece mentira, mas aqui no Brasil estou me dedicando a mim, ao meu sonho de ter meu próprio negócio com costura”, conta a imigrante venezuelana Laurin Pereira. Ela participa do Projeto Hilos Migrantes, iniciativa que irá capacitar mulheres beneficiárias da Operação Acolhida a produzirem fraldas ecológicas para venda externa. A atividade é desenvolvida pela AVSI Brasil e financiada pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), e tem como objetivo o estímulo ao empreendedorismo e geração de renda de mulheres que têm dificuldades em serem inseridas no mercado formal de trabalho.

O Projeto Hilos Migrantes, além de oferecer às mulheres a matéria prima e equipamentos de costura para a produção das fraldas, também será acompanhado de formações para técnicas de venda, precificação de produtos e aulas de finanças. “Percebemos a dificuldade que mulheres sós com filhos têm para se inserirem no mercado de trabalho. Como já tínhamos beneficiárias com experiência em costura no abrigo, vimos uma oportunidade na produção de fraldas ecológicas para o estímulo à geração de renda”, explica a oficial de participação comunitária, Hannah Maia.

A formação acontecerá por tempo indeterminado, pois pretende-se realizar a continuidade do projeto envolvendo ainda mais mulheres do abrigo São Vicente I. A costureira Nairobi Centeno Triana é uma das protagonistas do projeto e se colocou na responsabilidade de ensinar sobre o uso da máquina de costura industrial. Ela, no entanto, não gosta de ser chamada de professora: “Usando essa máquina podemos fazer várias coisas. Estamos aqui para aprender por igual”, conta. Seu objetivo é que suas companheiras conheçam as principais técnicas antes de sua viagem para uma vaga de trabalho no interior do Brasil.

“Ver esse projeto acontecendo é muito gratificante. São mulheres corajosas e muito talentosas que estavam no aguardo de oportunidades de geração de renda e agora estão muito animadas com a oportunidade. Isso é algo que realmente aquece o coração e motiva muito, poder contribuir com respostas concretas aos desafios das pessoas de interesse é uma enorme satisfação para nós, assim como contarmos com o apoio do CICV”, comenta a coordenadora do abrigo São Vicente, Viviana Peña.

A produção de fraldas ecológicas é uma oportunidade de mercado em Boa Vista e usará o potencial de redes sociais e tecnologias para venda e distribuição. Nadège Porta, delegada do CICV, considera que “é uma grande felicidade poder apoiar essas mulheres que têm um grande desejo de aprender uma com as outras, de tirar o melhor que cada uma delas tem para oferecer e saber que amanhã elas podrão ter mais conhecimento e resiliência econômica”.