Um grupo com 50 pessoas refugiadas e migrantes da Venezuela desembarcou em São Paulo
(SP) para dar início a uma nova etapa de suas vidas, na cidade de Cabreúva, distante 90
quilômetros da capital paulista. Doze delas foram aprovadas para trabalhar em um centro de
distribuição de uma loja de departamento e irão atuar como auxiliar de logística. Todas
estavam vivendo nos abrigos da Operação Acolhida, em Roraima, depois que migraram para
o Brasil devido à crise econômica e social no seu país de origem.
A oportunidade de emprego surgiu a partir do programa Empoderando Refugiadas – iniciativa
conjunta da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), Rede Brasil do Pacto Global e ONU
Mulheres – que viabilizou curso preparatório com aulas de Atendimento e Vendas e
Ferramentas e Estratégias, ministradas pelo Serviço Nacional do Comércio (Senac/RR). A
formação também contou com temas específicos como legislação trabalhista e cultura
brasileira e desenvolvimento de competências socioemocionais. Ao final da aprendizagem, as
alunas participam de processos seletivos, com empresas parceiras do programa.
Depois de confirmadas as efetivações, o processo de interiorização para Cabreúva foi
realizado em parceria com a AVSI Brasil, que implementa o projeto Acolhidos por meio do
trabalho – iniciativa que prevê moradia temporária, ajuda de custo e acompanhamento social
na nova localidade, com financiamento do Escritório de População, Refugiados e Migração
(PRM), do governo dos EUA.
O grupo chegou na região paulista em dezembro, com deslocamento realizado pela ForçaTarefa da Operação Acolhida e pela Organização Internacional para as Migrações (OIM). Ao
chegarem na cidade de Jundiaí, nas intermediações de Cabreúva, as famílias foram
acomodadas em uma hospedaria, onde ficarão por um mês e, na sequência, irão seguir para
moradias temporárias, viabilizadas pelo projeto Acolhidos por meio do trabalho, por um
período de até três meses, até que conquistem a autonomia definitiva. O projeto Acolhidos
por meio do trabalho também prevê acompanhamento de uma consultora social nos
primeiros três meses, de forma a facilitar a adaptação dos venezuelanos junto à população
local, o diálogo com a empresa e a permanência das contratadas no novo ambiente de
trabalho.
PARCERIA COM A REDE LOCAL
De acordo com o oficial de operações do projeto Acolhidos por meio do trabalho, Yoslin
Galdamez, agentes do poder público local estão atuando para facilitar o processo de
integração dessas pessoas. “Fomos recebidos na Prefeitura de Cabreúva para conversar
sobre este processo de chegada do grupo e também trocamos informações sobre alguns
procedimentos para facilitar o acesso à rede pública do município. Esta reunião foi
acompanhada pela vice-prefeita Noemi Medeiros e o chefe de gabinete Cesar Pinto Bandeira,
além da consultora Letícia Godinho, que fará o acompanhamento do grupo, nos próximos
meses”, explicou.
Já a vice-prefeita Noemi, reforçou a importância do projeto, elogiou a iniciativa e se colocou
à disposição para auxiliar neste processo de integração dos imigrantes na cidade de
Cabreúva. “O brasileiro é um povo acolhedor e generoso. Tenho certeza que essas famílias
serão rapidamente socializadas, amenizando as dificuldades desta mudança. Acrescentou o
chefe de gabinete Bandeira”, avaliou.
EMPODERADAS E ACOLHIDAS
Em sua sétima edição, o programa Empoderando Refugiadas segue fomentando a inclusão
de refugiadas no mercado de trabalho brasileiro. Em 2016, o projeto deu seus primeiros
passos em São Paulo, com uma pequena turma de mulheres refugiadas. Desde 2020 o
programa conta com o apoio do projeto Acolhidos por meio do trabalho nos processos de
interiorização – o que oportunizou moradia, assistência e acompanhamento social para 170
pessoas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal.
Empresas interessadas em se engajar à causa e contratar refugiadas formadas pelo projeto
podem entrar em contato pela plataforma empresascomrefugiados.com.br ou pelos e-mails:
empoderandorefugiadas@pactoglobal.org.br e acolhidos@avsi.org.br