A abertura da exposição Acolhidos: o percurso da Venezuela à integração no Brasil, realizada em São Paulo, na noite de quinta-feira, 26, contou com a presença de representantes de importantes organizações parcerias, relacionadas ao foco central da mostra, que apresenta um olhar mais humano sobre a questão de pessoas refugiadas e migrantes da Venezuela.
Marcaram presença no evento, Robson Tuma, secretário especial de desenvolvimento social do Ministério da Cidadania; David Tagle, vice-cônsul para assuntos políticos do Consulado dos Estados Unidos em SP; Domenico Fornara, cônsul geral da Itália em SP; Maria Beatriz Nogueira, chefe do escritório do ACNUR em SP; Carla Lorenzi, coordenadora de projetos da OIM em SP; Claudia Vidigal, representante da Fundação Bernard van Leer no Brasil; e Camila Valverde, diretora de impacto do Pacto Global da ONU Brasil; além do fotógrafo Antonello Veneri, que assina pelo acervo; e de Fabrizio Pellicelli, diretor-presidente da AVSI Brasil.
Em suas apresentações, os convidados ressaltaram a importância dos governos e também das entidades nacionais e internacionais, juntamente com o setor privado, ONGs e organizações civis, de unirem forças para que o acolhimento de pessoas refugiadas seja realizado com humanização e amplo apoio com foco em questões ligadas à saúde, educação, trabalho e cidadania, oferecendo a elas oportunidades dignas de recomeçarem suas vidas em outra cultura e país.
A abertura contou com uma saudação inicial de Veneri. Ele ressaltou que o propósito deste trabalho foi provocar uma grande reflexão sobre esta temática. “Um artigo publicado recentemente apontou que mais de 100 milhões de pessoas devem deixar suas casas. É um dado impressionante. Imaginem se metade dos brasileiros deixassem suas próprias casas? Isso é fortíssimo. Um tema muito atual e que merece nosso olhar”, disse.
Já a chefe do escritório do ACNUR em São Paulo, Maria Beatriz Nogueira, agradeceu aos parceiros das esferas federal, estadual, municipal e setores privados e igrejas, por unirem forças e ajudarem mulheres e crianças. “Falar sobre refúgio e migração, e sobre este movimento é uma competição de empatias e estamos muito felizes por apoiar essa iniciativa tão significativa”.
A representante da Fundação Bernard van Leer, Claudia Vidigal, ressaltou a importância de parcerias para garantir segurança e proteção também para crianças que estão na condição de refúgio e migração no Brasil. “É muito importante lembrar que dentro desta situação tão difícil, que é o deslocamento de pessoas, também existem crianças e é crucial a união de esforços para que possamos assegurar-lhes o direito de ter uma infância protegida”, disse.
Ao final da cerimônia, o diretor presidente da AVSI Brasil, Fabrizio Pellicelli, ressaltou que o nome Acolhidos foi propositalmente escolhido para provocar o sentimento de empatia a quem vai visitar a exposição. “Quando eu olho para essas fotografias, para esses retratos, eu me pergunto: porque essa família, e não a minha? Por que esta criança e não meu filho? Eu espero que ao percorrer pela galeria, que todos sejam tomados por este sentimento, pois é através dele que podemos exercitar o acolhimento, na prática”, concluiu.
Na sequência, Veneri realizou uma visita guiada com os convidados, contando os detalhes das fotografias, retratos e do trajeto percorrido na viagem que fez em 2021, para este trabalho com a AVSI Brasil.
A exposição
O nome da exposição é inspirado pelo projeto Acolhidos por meio do trabalho, iniciativa da Fundação AVSI e implementada pela AVSI Brasil e Instituto Migrações e Direitos Humanos, com recursos financiados pelo Escritório de População, Refugiados e Migração (PRM) do governo dos EUA. A mostra conta com o patrocínio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), que gerencia abrigos temporários para pessoas refugiadas e migrantes da Venezuela e apoia a estratégia de interiorização para outras localidades do Brasil, no âmbito da Operação Acolhida; e pela Fundação Bernard van Leer, que executa o projeto Integração local de refugiados venezuelanos com foco na Primeira Infância, em Roraima e Brasília, para atuação em todo o território nacional, em parceria com ACNUR, AVSI Brasil e Ministério da Cidadania.
Para a edição de São Paulo, a iniciativa tem o apoio institucional do Consulado da Itália no Brasil, Organização Internacional para as Migrações (OIM), Rede Brasil do Pacto Global, e da Casa Civil da Presidência da República, que coordena as ações da força-tarefa Operação Acolhida.
Serviço
A exposição integra o calendário cultural do CCBB SP (Centro Cultural Banco do Brasil), parceira na realização do evento, e estará aberta ao público de 27 de maio até 26 de junho, de segunda a sexta (das 8h às 20h), e também aos sábados, domingos e feriados (das 10h às 18h), no edifício do Banco do Brasil (avenida Paulista, 1230).
Nos dias 27, 28 e 29 de maio, o fotógrafo Antonello Veneri irá realizar visitas guiadas e apresentar a exposição para visitantes, em dois horários (10h às 12h e das 15h às 17h). O evento é gratuito e a classificação etária é livre. O espaço prevê todos os protocolos de segurança e controle preventivos à Covid-19.