Painel aborda o posicionamento da organização sobre o tema e apresenta projetos sociais que auxiliam na mitigação de impactos das mudanças climáticas no Brasil
Na tarde de hoje (18/09), o XIV Encontro Formativo abordou uma série de debates cruciais sobre a emergência climática no Brasil. O painel focou nas experiências e desafios enfrentados no combate às mudanças climáticas e suas consequências para grupos vulneráveis.
Jacopo Sabatiello, vice-presidente da AVSI Brasil, iniciou o painel dialogando sobre o ponto de vista da organização sobre ambiente e mudança climática, que concebe as suas intervenções de proteção ambiental, transição ecológica, mitigação e adaptação.
Em seguida, Fabrizio Pellicelli, presidente da AVSI Brasil, enfatizou esse posicionamento sobre o tema, que tem como ponto central a pessoa. “O ser humano está no centro da natureza, com a sua exigência de sentido, felicidade, bem-estar, amor e justiça, e também em relação ao ambiente em que vive. Na relação com a natureza, o ser humano é chamado a respeitá-la e a protegê-la para o seu próprio bem e das gerações futuras. Além disso, o ser humano deixa a sua marca na natureza, determinada pelo desenvolvimento e pela sua capacidade de sustentabilidade, e tudo isso pode e deve ser governado através de escolhas pessoais, políticas e modelos de desenvolvimento”, explica Fabrizio.
O projeto realizado no município de São Sebastião (SP) foi apresentado como uma iniciativa de resposta à emergência climática ocorrida em 2023. “Pensamos na atuação direcionada para a população afetada, visando auxiliar o desenvolvimento de cada pessoa durante esse processo. Considerando a qualificação como uma etapa importante para o crescimento das pessoas, ofertamos um curso de empreendedorismo para que eles também pudessem retomar ou iniciar seu próprio negócio e conseguir a autonomia necessária para seguir em frente. Apostamos no protagonismo de cada pessoa”, enfatizou Jacopo sobre o projeto São Sebastião.
O painel também incluiu discussões sobre a enchente no Rio Grande do Sul, mediada por Cinthia Barros dos Santos Miranda, coordenadora-geral do Serviço de Proteção em Calamidade Pública e Emergência, no Sistema Único de Assistência, do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS). Cinthia explicou que “essas pessoas que estão em vulnerabilidade não precisam só de um tipo de atendimento. Por isso, precisamos pensar em formas de atender as múltiplas necessidades de cada uma delas. Ter uma política de capilaridade nos permite chegar ao usuário e escutá-los de forma mais adequada”.
Os desafios enfrentados pelos municípios diante das mudanças climáticas também foi um tema abordado, com a apresentação de Jeconias Junior, secretário executivo adjunto da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP). Jeconias discutiu as dificuldades e as oportunidades para os governos locais na adaptação e mitigação dos impactos climáticos, destacando a importância da cooperação entre diferentes esferas de governo e a sociedade civil. “O nosso maior desafio é potencializar receitas para que ações sejam capazes de mitigar as mudanças climáticas. Precisamos de pessoas e organizações que provoquem essas discussões e, além delas, mobilizem para a elaboração de políticas públicas que, de fato, aconteçam e cheguem até a comunidade”, finalizou Jeconias.
O XIV Encontro Formativo da AVSI Brasil proporcionou um espaço valioso para a troca de experiências e a formulação de estratégias eficazes no enfrentamento da emergência climática. Através dos diálogos e debates, o painel enfatizou que a colaboração entre organizações, governo e comunidades é essencial para o enfrentamento dos desafios impostos pelas mudanças climáticas e construção de um futuro mais sustentável.