Uma metodologia reconhecida internacionalmente, desenvolvida pela Associação de Proteção e Assistência aos Condenados – APAC, será a base do modelo de gestão implementado pela equipe do Centro de Acolhida para Migrantes Venezuelanos – Casa Bom Samaritano, em Brasília.
Inaugurada recentemente na capital federal, a Casa Bom Samaritano serve como moradia temporária para migrantes e refugiados venezuelanos que estão nos abrigos de Roraima, com previsão para trabalharem na região do Distrito Federal, através do projeto Acolhidos por meio do trabalho.
Para desenvolver as diretrizes desse modelo, o diretor executivo da Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados (FBAC), Valdeci Antônio Ferreira, esteve com a equipe da Casa Bom Samaritano e Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH)/Irmãs Scalabrinianas, parceira na gestão do centro, nos dias 26, 27 e 28 de abril. A programação contou com workshop sobre a metodologia APAC, entrevistas com venezuelanos já interiorizados pelo projeto e reuniões com a equipe da AVSI Brasil envolvida na acolhida e com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Durante o workshop, Valdeci falou como pretende desenvolver os trabalhos em Brasília. “Nosso esforço neste encontro é ajudar a equipe da Casa Bom Samaritano no desenvolvimento de uma metodologia que é inspirada em alguns dos princípios da metodologia apaqueana, visando ajudar os migrantes venezuelanos que ficarão abrigados aqui temporariamente, no processo de responsabilização sobre suas vidas, a conquistarem a sua autonomia e conseguirem uma inserção nas comunidades locais por meio do trabalho”, disse.
Aliada histórica da FBAC, a AVSI Brasil apoia a dilatação da metodologia APAC no Brasil e nos países da América Latina. A iniciativa já recebeu diversas premiações nacionais e internacionais como o Selo de Responsabilidade Social; Prêmio Empreendedor Social 2017 (Fundação Schwab e Folha de S. Paulo); Prêmio Empreendedor Social da América Latina; Seleção Trip Transformadores 2018; Troféu Inspiração Caldeirão do Huck. Em Brasília, a metodologia terá oito elementos diretos no modelo de gestão da Casa Bom Samaritano: Trabalho; Migrante ajudando migrante; Espiritualidade; Participação da comunidade; Assistência à saúde; Família; Valorização humana e Voluntariado.
Para Paulo Tavares, coordenador da Casa Bom Samaritano, a experiência das APACs mostra a capacidade que todo ser humano pode desenvolver quando o assunto é acolher o próximo. “Tenho certeza de que conhecermos as boas práticas já desenvolvidas pelas APACs há tantos anos, irá nos apontar caminhos para trabalharmos em harmonia e fraternidade com nossos irmãos venezuelanos. São ações como essa que nos fazem ser humanos melhores a cada dia”, observa.
Também participaram do encontro o diretor presidente da AVSI Brasil, Fabrizio Pellicelli, irmã Rosita Milesi, fundadora do IMDH e que atua na gestão do centro em Brasília, Thais Braga, gerente do projeto Acolhidos por meio do trabalho, Tatiana Flávia Faria de Souza, gerente jurídica e de parcerias da FBAC e Roberto Donizete de Carvalho, diretor executivo de metodologia da FBAC, além da equipe administrativa técnica da Casa Bom Samaritano.
Saiba mais
A Casa Bom Samaritano foi idealizada a partir do Acolhidos por meio do trabalho e está localizada em imóvel cedido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília. O projeto é implementado pela AVSI Brasil e IMDH, com financiamento do Departamento de População, Refugiados e Migração (PRM), do governo dos EUA, para fortalecer as ações da força tarefa humanitária Operação Acolhida. O projeto também conta com parceria estratégica da Fundação AVSI e AVSI-USA.