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Colaboradores e voluntários do projeto Acolhidos participam de oficina sobre Proteção de Base Comunitária em Brasília

A oficina busca a promoção e fortalecimento da comunidade de acolhida venezuelana no Brasil a partir do diálogo em conjunto, incentivando os direitos humanos, segurança e dignidade

O que caracteriza uma comunidade? Esta foi a pergunta-chave da oficina de Proteção de Base Comunitária, ministrada pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) para 19 participantes, entre voluntários e colaboradores, do projeto Acolhidos Por Meio do Trabalho, implementado pela AVSI Brasil. O encontro aconteceu no centro de acolhida Casa Bom Samaritano (CBS), realizado nesta quarta-feira (30/10), em Brasília (DF), promovendo uma troca de experiências sobre participação comunitária, com foco na proteção e protagonismo de refugiados e migrantes venezuelanos no Brasil.

Ao longo da oficina foram obtendo múltiplas repostas para a questão inicial, mas sempre trazendo consigo um senso coletivo e de pertencimento, retratadas pela autonomia e voz ativa das pessoas acolhidas, como comenta a associada de proteção do ACNUR, Eliana Moreno.

“A gente procura fortalecer as capacidades que as equipes tem para fazer os atendimentos direcionados a cada comunidade de pessoas refugiadas. É uma pauta presente em todo contexto humanitário, mas é sempre importante reforçar e fortalecer a integração dos processos, geração de vínculos, prevenção de riscos e uma grande troca de experiências”, destaca Eliana.

Durante o debate também foram pontuadas situações a fim de identificar os riscos a proteção que podem afetar uma comunidade, bem como para a elaboração de estratégias e respostas preventivas para promover segurança, dignidade e desenvolvimento das capacidades dos membros da comunidade.

Para a venezuelana voluntária, Reineida Durand, que atua no centro de acolhida para refugiados e migrantes venezuelanos – Casa Bom Samaritano –, o momento foi importante para reconhecer estratégias de ação junto à comunidade de acolhida.

“Ainda que eu esteja atuando dentro de um contexto humanitário, fico muito contente com a oportunidade de ter esse tipo de conhecimento, porque podemos pôr em prática algo mais estratégico. E estamos juntos várias vezes ao dia e, com essas ferramentas e estratégias que pensamos hoje, posso transmitir a eles [os acolhidos]”, agradece Reineida.

Por meio de dinâmicas em grupo, os participantes debateram sobre o processo de construção e atuação da proteção de base comunitária em conjunto com a comunidade, que pode se encontrar em um contexto vulnerável ocasionada pelo deslocamento forçado. A ideia é estimular a integração coletiva entre agentes da sociedade civil, autoridades e organizações para o desenvolvimento de métodos de mobilização, organização e protagonismo.

“A atuação de organizações ajuda a promover diálogos de incentivo a proteção comunitária tendo como base a troca de experiências, porque ainda que algumas estejam lidando com a mesma temática, são contextos e especificidades diferentes, ou seja uma outra realidade, então é importante enxergar novas formas e estratégias de trabalhar em conjunto. Essa atividade ajuda a despertar esses novos olhares e ter oportunidades de discutir o tema com outros trabalhadores”, destaca a oficial de mobilização e participação comunitária, Beatriz Melo.

O projeto Acolhidos busca a promoção da integração socioeconômica de refugiados e migrantes venezuelanos no Brasil, sendo uma iniciativa da aliança entre a Fundação AVSI e a AVSI USA, implementado pela AVSI Brasil em parceria com o Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), com recursos do Departamento de População, Refugiados e Migração (PRM) do governo dos Estados Unidos.