Cerca de 50 mulheres ganharam a oportunidade de buscar novos rumos
“Quero agradecer por vocês tirarem esse tempo para nos ajudar. Vocês não sabem o quanto é importante tudo isso que nos ensinaram. Obrigada pelo aprendizado, pela atenção, carinho e pela participação em nossas vidas”, escreveu uma presidiária para a equipe da AVSI Brasil.
Dando novos rumos e esperança à vida de 52 detentas, o projeto Novos Horizontes, Novas Oportunidades teve como objetivo buscar alternativas para a inserção profissional e preparação para o mercado de trabalho de mulheres em cumprimento de pena privativa de liberdade no Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto (PIEP), em Belo Horizonte (MG). O curso teve início em agosto de 2015 e chegou ao fim no mês de maio deste ano.
As participantes tiveram aulas de formação humana, empreendedorismo e foram ajudadas a construir um Plano de Desenvolvimento de Vida. A metodologia do curso incluiu dinâmicas, filmes, técnicas envolvendo músicas e jogos. Recursos importantes para proporcionar mais aprendizado e interação. O resultado foi uma boa repercussão no âmbito prisional a ponto de despertar o interesse de detentas que não participavam do curso.
“É muito gratificante fazer parte desse projeto que acredita no ser humano e busca alternativas para que tantas vidas tomem outro rumo. Nosso objetivo é mostrar as possibilidades para quem conhece somente a criminalidade. Quando as pessoas encontram suas qualidades, junto ao mundo de possibilidades, elas podem transformar seus destinos”, afirmou Déborah Amaral, gerente do projeto.
O projeto foi realizado a partir da parceria entre a AVSI Brasil, o Instituto Minas pela Paz e o Centro de Educação para o Trabalho Virgílio Resi (CEDUC).
Resultados satisfatórios
O projeto conseguiu transformar a percepção sobre o mundo empreendedor das 52 mulheres certificadas. Com as aulas de empreendedorismo, ministrados pela equipe da AVSI Brasil, foi possível transmitir uma visão mais ampla sobre negócios e orientar sobre alternativas para inclusão no mercado de trabalho, como o trabalho em unidades produtivas, cooperativas e a condição de Microempreendedor Individual.
Já a Formação Humana realizada pelo CEDUC auxiliou as detentas a aumentar a autoestima e estimulou a mobilização pessoal para reconstruir a própria vida, superando as dificuldades que poderão encontrar para voltar ao mercado de trabalho depois que saírem da prisão.
Nesse sentido, o projeto poderá ajudar ainda mais. Os parceiros conseguiram articular com 16 empresas de ramos diversos o interesse em realizar futuras contratações de ex-reclusas.
Além disso, foi firmada a colaboração com o SESI Minas Gerais, que se disponibilizou a realizar o Programa Cozinha Brasil, nos dias 23 e 27 de maio, com o intuito de promover uma aproximação entre os agentes prisionais e funcionários do Complexo Penitenciário e os cursos de desenvolvimento humano e social realizados com as presas.
O projeto contou ainda com a participação voluntária do professor Tio Flávio, da repórter Érica Machado e de instituições como o SENAI e o SESI, que se disponibilizaram para atuar em outras atividades futuras no local e em auxiliar na mobilização de novos parceiros.
Outro ganho será o acompanhamento das mulheres após o cumprimento de pena. A ação será realizada pelo Programa de Inclusão Social do Egresso do Sistema Prisional (PRESP) através da articulação realizada pelas entidades parceiras durante o projeto.
“Vocês nos mostraram que, mesmo com o preconceito da sociedade, podemos fazer diferente quando a gente sair daqui. Poderemos ter outra chance. Seremos eternamente gratas pelo aprendizado”, afirmou uma das alunas.