Eu sou imigrante há 11 anos e, mesmo que num contexto diferente, passei por muitos desafios quando cheguei no Brasil. Para mim, é uma honra trabalhar com os venezuelanos porque eles são pessoas corajosas, que tiveram que abrir mão de muitas coisas para dar continuidade aos seus sonhos e metas. A minha missão é contribuir para que essas metas sejam alcançadas, mas isso também significa um grande desafio.
No dia a dia, lidamos com muitos sentimentos que os beneficiários trazem, muitas expectativas que às vezes estão fora do nosso alcance. Logo, precisamos trazer soluções, com carinho e dedicação, dentro das possibilidades e limitações que existem, para que essas pessoas consigam, de fato, acessar os direitos e conhecer os seus deveres, tendo uma vida digna.
O que mais me inspira é o fato do potencial humano ser desenvolvido dentro dessa realidade do abrigo, que é temporária e é um local repleto de angustia. A AVSI Brasil tem uma trajetória incrível no desenvolvimento humano e isso é algo muito caro por aqui, nesse contexto, essas ações são imprescindíveis para a integração dessas pessoas no Brasil.
Outro ponto positivo do trabalho da AVSI é o talento humano. As pessoas que formam a equipe de Boa vista são muito qualificadas, humanas e com diversos repertórios. Tenho colegas locais e outros que vieram de diferentes cantos do Brasil, e isso enriquece o nosso trabalho, fazendo com que haja uma troca cultural que impacta positivamente a vida dos venezuelanos.
Um dos pontos que mais me motiva é pensar na proteção e bem-estar dos mais vulneráveis, em especial as crianças. Se elas podem sorrir, brincar, desenhar, estudar e ser criança, é o que me anima para continuar a encarar os desafios da profissão.