Buscando conscientizar sobre o “valor do dinheiro” e estimular hábitos financeiros, o projeto Não Sou Gabriela (NSG) está apresentando um ciclo de oficinas sobre educação financeira para a população venezuelana acolhida na Casa Bom Samaritano, em Brasília (DF). A primeira roda de conversa aconteceu no início de maio e deve seguir com encontros semanais até julho. A ação acontece em conjunto com o projeto Acolhidos Por Meio do Trabalho, da AVSI Brasil, que incentiva a integração socioeconômica de refugiados e migrantes no país.
A formação presencial apresenta maneiras de estimular a educação financeira, adaptando às necessidades e individualidade de pessoas em situação de vulnerabilidade. Em uma abordagem acolhedora, os participantes conversam sobre suas expectativas, sonhos e os meios de como alcançá-los.
“Além de disponibilizar informações confiáveis e oficiais, permitindo aos beneficiários uma tomada melhor de decisões, o projeto sensibiliza sobre a importância de rever hábitos prejudiciais ao equilíbrio financeiro e estimula a adoção de estratégias de proteção, como reservas financeiras, previdência e seguro. Isso, gradualmente, vai elevando a autoconfiança, a autonomia financeira e o empoderamento dos beneficiários”, comenta o economista e coordenador do projeto Não Sou Gabriela, Max Brito Coelho.
A turma de venezuelanos será conduzida pela agente de desenvolvimento do NSG, economista e colombiana, Jineth Serna. Entre os temas abordados no curso, estão a instrução para educação financeira, revisão de hábitos vinculados ao consumo, estímulo a poupança, autoconfiança e autonomia financeira.
Em parceria com a NSG, o curso atua diretamente em um dos eixos do projeto Acolhidos Por Meio Do Trabalho, de promover a integração de famílias venezuelanas no Brasil. Ações como essa reforçam o compromisso incentivado pelo projeto, atuando na valorização do trabalho e das economias de cada beneficiário acolhido.
“Cada um dos refugiados e migrantes que passam pela Casa Bom Samaritano vem aqui com um sonho, seja de se estabelecer em Brasília, ajudar sua família na Venezuela, conseguir educação e investir no seu futuro. Saber gerir os recursos é essencial para que possam construir uma vida sustentável após os períodos de acolhimento e atingir estes objetivos”, destaca o oficial de inserção laboral do projeto Acolhidos, Ivan Mesquita.
Com um acompanhamento especializado durante três meses, os resultados do projeto e o desempenho dos participantes são monitorados pelo aplicativo do NSG, que gera, ao final do curso, um conjunto de indicadores que destacam pontos como a elevação da autoestima, aumento do autocontrole, maior planejamento das decisões do dia a dia, redução do nível de endividamento e o aumento da capacidade de poupança.
SOBRE O PROJETO ‘NÃO SOU GABRIELA’
O projeto democratiza, desde a sua criação em 2016, o acesso a informações sobre finanças e direitos adaptados a pessoas, preferencialmente mulheres, residentes em áreas de baixa renda, incluindo analfabetos (regiões administrativas e entorno), atuantes em atividades produtivas informais e catadores de material reciclável e públicos mais vulneráveis, como pescadores e refugiados ou migrantes venezuelanos.
Como ação complementar, os participantes do projeto podem receber conteúdo digital via grupos de WhatsApp e aplicativo NSG Digital, contribuindo para um maior engajamento e o acesso a mais informações.
PROJETO ACOLHIDOS POR MEIO DO TRABALHO
A fim de promover a integração socioeconômica de refugiados e migrantes venezuelanos no Brasil, as atividades do projeto acontecem por meio de uma iniciativa da aliança entre a Fundação AVSI e a AVSI USA, implementado pela AVSI Brasil em parceria com o Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), com recursos do Departamento de População, Refugiados e Migração (PRM) do governo dos Estados Unidos.