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Irmã Rosita Milesi conquista Prêmio Nansen do ACNUR 2024

Reconhecida por seu trabalho em prol dos refugiados, a diretora do IMDH se torna a segunda brasileira a receber a honraria, destacando a importância da integração e apoio a pessoas refugiadas

A Irmã Rosita Milesi, diretora do Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), e aliada do Projeto Acolhidos Por Meio do Trabalho, foi reconhecida com o Prêmio Nansen do ACNUR 2024, uma prestigiosa honraria da ONU dedicada a indivíduos e organizações que apoiam refugiados e pessoas deslocadas. Esta é uma conquista histórica, pois ela se torna a segunda brasileira a receber o prêmio, sendo escolhida entre mais de 400 candidatos. O primeiro brasileiro agraciado foi o ex-arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, em 1985.

Atualmente em Genebra, Suíça, para participar da cerimônia de premiação, a Irmã Rosita enfatizou a necessidade urgente de apoio para os refugiados, que muitas vezes são forçados a deixar seus países devido a guerras, violação de direitos humanos e perseguições. “Essas pessoas não planejaram deixar o país. Elas fogem para sobreviver e precisam de todo tipo de apoio social, assistencial e emocional”, declarou.

Irmã Rosita também destacou a importância da integração dos refugiados nas políticas de capacitação e oferta de trabalho no Brasil. “Precisamos avançar em termos de políticas de integração. As pessoas precisam de oportunidades para trabalhar e se sustentar”, afirmou.

O trabalho da Irmã Rosita foi fundamental para a evolução da legislação brasileira sobre refugiados. Antes da década de 1990, o Brasil não possuía uma lei específica sobre o tema. A partir de 1995, ela contribuiu para o debate que resultou na criação de uma legislação nacional, ampliando o conceito de refugiados para incluir aqueles forçados a deixar seus países devido a graves violações de direitos humanos. Atualmente, cerca de 135 mil dos quase 140 mil refugiados reconhecidos no Brasil têm seu status garantido com base nesse novo inciso da lei.

Emocionada, a Irmã Rosita dedicou o prêmio a diversas instituições que a apoiaram ao longo de seus quase 40 anos de trabalho em prol dos refugiados, destacando que, para ela, o prêmio representa um reconhecimento do esforço coletivo. “Sinto-me muito aquém de qualquer mérito. Dedico este prêmio a todos que contribuíram para minha trajetória”, afirmou.

O Prêmio Nansen, estabelecido em 1954, continua a ser um símbolo de esperança e reconhecimento para aqueles que se dedicam a apoiar os mais vulneráveis. A Irmã Rosita, por meio de sua incansável luta pelos direitos dos refugiados, solidifica ainda mais a importância de acolher e integrar aqueles que buscam uma nova vida no Brasil.