A Jornada Mundial da Juventude no Brasil atraiu adultos, crianças, idosos e milhares de jovens
A Jornada Mundial da Juventude no Brasil atraiu adultos, crianças, idosos e milhares de jovens. De 24 a 28 de julho, todos estavam empenhados em acolher o Papa Francisco no Rio de Janeiro. Estima-se que, nos eventos centrais (Acolhida do Papa, Via Sacra, Vigília e Missa de Envio), o número de pessoas chegou a 3,7 milhões, segundo portal oficial da JMJ 2013.
As impressões sobre a JMJ são muitas. Alguns colaboradores da AVSI e de instituições parceiras comentaram suas experiências ao retornar da JMJ, especialmente em relação ao trabalho que desenvolvem com jovens e crianças.
Para Andréa Fraga, a relação entre a JMJ e o seu trabalho com as crianças do Centro Educativo João Paulo II, em Salvador, é clara: “Diante dessas crianças, não posso ser como Pilatos, lavando minhas mãos e me conformando com o destino que muitos acham que não tem como mudar. Hoje minha coragem redobra em relação a elas, para que a realidade dura em que vivem não me deixe conformada com o seu futuro. Tenho a certeza que Cristo as olha de forma especial e tem reservado um destino diferente do previsto pelas pessoas. Rezo para que essas crianças cresçam tendo Cristo como o centro de suas vidas”.
Jorgiana Andren, amiga de Andréa e coordenadora pedagógica do mesmo Centro, lembra que surgiu o desejo de viver o trabalho de forma diferente: “é preciso botar fé, esperança e amor para que o nosso existir seja um diferencial no meio dos que nos rodeiam”.
Mobilização para captar recursos
Inês Damasceno, coordenadora pedagógica da Associação Espaço Educativo São Charbel, em Petrópolis, viveu com os jovens a experiência de conseguir recursos para custear a viagem. “Os jovens da São Charbel trabalharam desde o ano passado ajudando nos eventos para arrecadar fundos para participar da JMJ. Fizemos dois jantares e vários lanches. Tudo sendo vendido para que o valor arrecadado fosse destinado à visita de Papa Francisco. Todos se empenharam com grande dedicação para que o maior número possível de jovens pudesse participar”, relata Inês.
A pedagoga Milena Nunes também acompanhou jovens na busca por recursos. Como coordenadora pedagógica do Projeto Semente de Ciência, realizado pela AVSI, em Salvador, ela viu o movimento pessoal de um grupo do projeto para ir à JMJ.
Milena e seus novos amigos realizaram eventos beneficentes e pediram dinheiro na porta de uma igreja do centro da cidade. “Boa parte do dinheiro eram moedas de R$0,50 e R$1,00 – literalmente esmola – e para mim foi uma provocação em diversos sentidos. […] Eu comecei a entender o significado da Jornada vendo como as pessoas se mobilizavam para doar livremente dinheiro para pessoas que elas não conheciam”.
Inês e Milena testemunharam que o sacrifício vivido pelos jovens teve um resultado. “Vi no rosto deles uma diversidade juvenil vibrante, alegre, viva e feliz, algo que a cada dia se renovava e gerava mais contentamento, mesmo frente aos sacrifícios. Vi, diante de mim, jovens sedentos e com grande coração. O movimento deles me lembrava da multidão que decidiu seguir Jesus depois de tê-lo escutado falar. Eles foram tomados por algo que, conscientes ou não, os convidava a viver de forma vibrante”, comentou Milena.
Inês concluiu que “esta experiência os ajudou a perceber a riqueza do cristianismo e a força do jovem. Todos se sentiram partícipes da Igreja Católica e levaram a sério o convite do Papa a ser missionários onde quer que estejam. Saíram da JMJ pensando já em como se organizar para 2016, em Cracóvia, na Polônia”.