Devido à crise humanitária na Venezuela, refugiadas e migrantes venezuelanos chegam ao Brasil em busca de um recomeço. São sonhos que cruzam a fronteira e se mantém firmes. Com o apoio do projeto “Acolhidos por meio do trabalho”, famílias venezuelanas recebem o amparo para reconquistar sua autonomia no país.
Em Pacaraima (RR), cidade que faz fronteira com a Venezuela, o fluxo migratório é recebido pela Operação Acolhida, uma resposta humanitária do Governo Federal. Os atendimentos são estendidos até a capital roraimense, em Boa Vista, que conta com o apoio da AVSI Brasil para ações nos centros de acolhida. Segundo a Plataforma Regional de Coordenação Interagencial R4V (Response for Venezuelans), atualmente há cerca de 568.058 refugiados e migrantes venezuelanos no Brasil.
Para o gerente especial do projeto Acolhidos, Petrick Costa, é importante lembrarmos o que há por trás de números e estatísticas: “Existem pessoas com histórias, sonhos e esperanças. Pessoas que foram forçadas a deixar suas casas, seus entes queridos e tudo o que conheciam para escapar de violações aos direitos humanos”.
Sobre a atuação da AVSI Brasil no tema, o gerente explica que se trata de “proporcionar um percurso integral para a comunidade venezuelana, desde o momento em que chegam ao Brasil até sua integração plena na sociedade. Isso inclui abrigamento, proteção, acesso à saúde e à educação, além de projetos que permitam a sua integração e empregabilidade. O acolhimento dessas famílias não é apenas uma questão de fornecer um lugar seguro para viver, mas também de promover a dignidade, a autonomia e a esperança de um futuro melhor”, destaca Petrick Costa.
Coordenada pela Operação Acolhida, a estratégia de interiorização realiza o deslocamento voluntário de famílias venezuelanas para outras cidades do Brasil aonde há oportunidade de emprego. Dentro do projeto Acolhidos, desde 2019 já foram interiorizadas 2.495 pessoas por meio de Vaga de Emprego Sinalizada (VES) para mais de 20 cidades brasileiras e outras 662 na modalidade institucional (abrigo-abrigo), com destino à Casa Bom Samaritano (CBS), em Brasília.
A CBS é gerenciada pela AVSI Brasil e Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), sendo um espaço cedido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para acolhimento de migrantes e refugiados venezuelanos viabilizado pelo projeto Acolhidos Por Meio Do Trabalho.
“A parceria potencializa, fortalece e ajuda a perceber melhor o que e como devemos avançar na devida atenção às pessoas que foram forçadas a empreender um caminho migratório. Isso motiva toda a equipe da Casa Bom Samaritano a buscar sempre a melhor contribuição para que as famílias, após sua estada de até 90 dias, possam estabelecer-se autonomamente na sociedade”, comenta Irmã Rosita Milesi, fundadora e diretora do IMDH/Scalabrinianas.
Desde a criação da Casa Bom Samaritano, em 2021, já foram acolhidas 722 pessoas com a oferta de serviços e orientações sobre saúde, educação, qualificação profissional, inserção laboral e recreação a fim de promover a integração socioeconômica de famílias venezuelanas na região.
O projeto Acolhidos é uma iniciativa da aliança entre a Fundação AVSI e a AVSI USA, implementado pela AVSI Brasil em parceria com o Instituto Migrações e Direitos Humanos, com recursos do Departamento de População, Refugiados e Migração (PRM) do governo dos Estados Unidos. O objetivo do projeto é garantir os direitos dos migrantes e refugiados venezuelanos que vivem no Brasil, em apoio à Força-tarefa Logística e Humanitária da Operação Acolhida.
